Marcelo Dutra da Silva

ESG, a sigla que vai revolucionar a sustentabilidade do ambiente de negócios

Por Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo
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A curiosidade está aumentando e por onde passo sempre tem alguém que pergunta "o que é esse tal de ESG?", a sigla de apenas três letras que está revolucionando o ambiente de negócios. O ESG, do inglês Environmental, Social and corporate Governance é o grande tema do momento. E é apenas o começo de uma grande mudança que está por vir na forma como nos comportamos, enquanto consumidores, empresários e gestores da administração pública, quanto ao uso dos recursos naturais, relações humanas e responsabilidades mútuas com o futuro das próximas gerações.

O ESG é uma sigla poderosa, que remete às boas práticas de responsabilidade socioambiental e metas de sustentabilidade que empresas adotam para reduzir riscos financeiros. Tornou-se a sigla do mercado responsável, que até pouco tempo operava pela ideia do investimento responsável, mas que acaba de ganhar novos contornos. O que perecia ser algo exclusivo das grandes empresas e corporações começa a ganhar importância de empresas menores e entra no radar de negócios das médias, pequenas e até microempresas. A razão é simples e natural. Empresas grandes tem forte relacionamento com empresas menores e os princípios do ESG exigem uma forma de relacionamento em que os parceiros de negócio também sigam boas práticas de interesse social e ambiental.

Portanto, a sustentabilidade do ambiente de negócios começa fazer sentido quando as atenções do mercado se voltam para o risco financeiro das empresas, na perspectiva das mudanças e riscos climáticos; desastres e riscos ambientais; origem da matéria prima e riscos de procedência; qualidade, segurança e riscos de morte e afastamentos no ambiente de trabalho; imagem, reputação e riscos de escândalos; atendimento a legislação e riscos de multas e embargos nas operações (compliance), além de toda sorte de certificações, selos e objetivos para o desenvolvimento sustentável adotados pela organização para afastar estes riscos, as famosas ODSs da ONU.

E se por um lado o mercado está sinalizando um novo comportamento, em parte orientado por diretrizes e normas para financiamentos, empréstimos e seguros bancários, por outro empresas estão correndo para se adaptar, o mais rápido possível, para não ficarem para trás. Algumas já se consolidaram, enquanto outras estão definindo estratégias, e é possível perceber que a demanda por profissionais habilitados ao emprego verde do ESG está aumentando. Ofertas são anunciadas todos os dias, por empresas dos mais variados segmentos, focadas no mesmo objetivo, nas boas práticas socioambientais da gestão responsável.

Quem já não foi impactado por algum anúncio de curso de formação profissional ESG? As redes estão lotadas e opções não faltam, mas o acesso é limitado para quem pode pagar e são cursos caros, a depender do bolso. Da mesma forma, apesar de existir uma vasta bibliografia disponível, não se encontra muita ciência construída com base nas experiências brasileiras. E eis que surge uma brecha de oportunidades para a universidade pública, de inovação no ensino e nas relações de pesquisa, extensão e desenvolvimento, onde trabalhar com as empresas é fundamental.

Pensando nisso, neste momento, estamos montando na Universidade Federal do Rio Grande (Furg) o primeiro laboratório de boas práticas e gestão responsável corporativa ESG. O espaço visa o relacionamento com as empresas, por meio de alunos e professores, dentro de um fluxo de trabalho baseado na expertise técnica e experiência das empresas. É o tipo de relacionamento em que todos se empenham para aprender juntos, com o objetivo de reposicionar atitudes, comportamentos e a forma de fazer, respeitando a materialidade e a identidade de cada empresa. Um trabalho absolutamente novo, que surge inspirado no futuro. Bem-vindos ao novo!​

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